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I – ECONOMIA Á DERIVA: ELETROBRÁS. Pauta da Assembléia convocada para 29.07: “Alterar os jornais em que … realiza suas publicações legais”.

–  Porque a Eletrobrás, na Assembléia convocada para 29.07, vai “alterar os jornais em que … realiza suas publicações legais”?  Ou seja, porque os acionistas vão decidir pela troca de jornais ?

–  Muito estranho.  Será que a empresa está sendo obrigada, pelo Governo, a simplesmente punir alguns jornais pouco dóceis ? O projeto seria, então,  cooptar outros veículos da imprensa, ampliando o plantel de “chapas brancas” ?  Estaria o Governo mandando uma mensagem não cifrada, a toda a mídia, advertindo que agora o jogo é pesado ?

– A essas indagações se soma a hipótese, não menos provável, de que, regado por recursos oficiais, o Governo estaria ampliando o núcleo de veículos da mídia sob sua dependência financeira, reforçando a rede de divulgação de Fake News para assim criar um clima de pressão para a privatização da Eletrobrás. Tornando factível a meta de rifar a empresa por valor igual ao seu Lucro em 2019, o equivalelente ao que o Governo gasta com juros em apenas em 15 dias !

– Se esta for a provável estratégia, logo estarão se  mobilizando  não só grandes conglomerados  e empresas ligadas ao mercado financeiro, mas também milhares de ricos sindicatos patronais, perfilando-se através de paginas inteiras de jornais com mensagens moduladas para apoio ao assalto ao patrimônio publico –  as tão ansiosamente pregadas privatizações.

– Os indícios são claros no sentido de que o Governo pretende, em ações criadas e gerenciadas pelos núcleos de especialistas em marketing digital montados em áreas estratégicas, lançar uma nuvem de Fake News.  Repetindo, no assalto à Eletrobrás, o sucesso alcançado na reforma da previdência, quando, através de engodos, que vitimaram inclusive os congressistas, se avançou na meta de destruição do superavitário INSS urbano; na direção do espoliativo modelo Pinochet, o sonhado presente de Natal ansiosamente aguardado pelo mercado financeiro.

– Incrível a audácia, ou a fraqueza, dos dirigentes da Eletrobrás. Com a palavra a Câmara e o Senado, a Procuradoria, o Tribunal de Contas e o Supremo. Afinal, a algum desses poderes cabe decifrar o enigma da troca de jornais e suas implicações.

– Mas a questão da venda de uma empresa estratégica, altamente rentável, em momento de grave crise sanitária, econômico/financeira e social não é um episodio isolado.  Pois a esse intuito macabro o Governo pretende associar outras ações, como a proposta ensaiada de criar um fundo previdenciário para trabalhadores informais; avançando no projeto de destruir a previdência publica urbana, alvejada pelos torpedos de Fake News disparados na reforma na direção do INSS.  Enquanto paralelamente procura avançar para a liquidação dos Correios, a serem entregues a grandes multinacionais da área, que atuam no Brasil.  Pouco importando  se com isso serão depenadas no essencial milhares de pequenas cidades brasileiras. 

– Solução: liquidemos com os Correios. A população, nos seus núcleos mais sofridos, que se vire, passando a resolver seus problemas em municípios visinhos. Afinal qual o problema em percorrer  dez, vinte, cinquenta ou cem quilômetros para postar ou receber encomendas, fazer depósitos, saques, ou receber aposentadorias ou auxílios governamentais em longínquos guichês de  bancos ou  correspondentes bancários ?

– Afinal, porque a população mais humilde não aprendeu até agora como sobreviver num mundo onde as decisões são fruto da “sabedoria” de um núcleo elitizado de dirigentes, na maioria egressos das maiores universidades publicas, e que por longo tempo o Governo amamentou  em bolsas no exterior.  Mas, se perceberam a realidade que os cerca. . . que comam brioches, como sugeria Maria Antonieta aos seus súditos, nos estertores do reinado de Luiz XVI, na França do final do Século 18.

– Acordem senhores Congressistas. Acordem sindicatos e associações profissionais.  Inconcebível a liquidação de sistemas superavitários como a Previdência Publica Urbana, a venda na bacia das almas de empresas do mais alto caráter estratégico, e altamente lucrativas, como a Eletrobrás.  Não se podendo admitir que os tempos atuais venham a ser recordados, no futuro, como mera repetição do que ocorreu no ocaso da União Soviética, quando os abutres avançaram famintos sobre patrimônios da nação, apropiando-se das grandes empresas estatais.

-dgm./27.07.2020

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Dércio Garcia Munhoz

Economista