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      Crise da Previdência – Os Números do Governo Desmentem o Governo

Conselho Federal de Economia e do Conselho Nacional da Previdência Social.

            É surpreendente, para aqueles que participaram ou apenas acompanharam os debates na primeira etapa de pressões articuladas visando alterações na estrutura da  previdência social brasileira, nos anos 90, verificar que, agora,  monotonamente a historia se repete.  Na fase atual, além dos textos produzidos intramuros por áreas governamentais, num amplo  esquema de propaganda, a discussão vem se intensificando, com a participação de inúmeros personagens que se dizem preocupados apenas em garantir a sobrevivência do sistema,  o futuro dos trabalhadores.

           Nesse clima alimentado pelos Ministérios da Fazenda e Planejamento, proliferam pacotes de informações dirigidas, postados em sites do governo ou lastreando  discursos oficiais,  textos em revistas de todo o gênero, e uma profusão de entrevistas dos preocupados  reformuladores.   Um bombardeio intenso que se identifica pela mesma matriz, sempre concluindo que a previdência publica e a previdência do setor publico faliram;  e que, sem uma reforma profunda da previdência como um todo, nem a  previdência publica – o regime geral, nem os governos federal, estaduais e municipais, terão como pagar os inativos.  Afirma-se amiúde, sem pudor,  que, sem a reforma salvadora os trabalhadores ficarão abandonados,  desprovidos da aposentadoria. E mais recentemente surgiram, em lance de impensável ousadia e grave irresponsabilidade, anúncios advertindo que sem as mudanças impostas pelo governo programas tais como a bolsa família e o financiamento estudantil, dentre outros, terão de ser  abandonados.  Episódio que mais se assemelha a uma repugnante chantagem, voltada para uma população que, sufocada pela intensa difusão da verdade oficial, tem dificuldades em  distinguir entre a versão e o fato. (mais…)

Lava-Jato e Desacertos das Políticas Monetária e Fiscal

LAVA-JATO E DESACERTOS DAS POLITICAS MONETÁRIA E FISCAL

          A intensificação da ação repressiva do Estado sobre práticas ilícitas que vinham prosperando na execução de contratos governamentais, teve o efeito de um verdadeiro tsunami. Envolvendo a apuração de atos passados, e mesmo recentes, com incontáveis e até então insuspeitas ramificações, e com incontáveis reflexos. 

          Como logo se concluiu que o problema se originara em obras e serviços em determinados setores, inevitável que as ações policiais e da Justiça tivessem impactos concentrados sob dois aspectos:  por um lado sobre os negócios de um grupo de grandes empresas da área da construção, naturalmente fragilizando-as;  e, por outro lado, contendo, ou mesmo paralisando investimentos governamentais e de estatais, tanto pela necessidade da revisão ou inovação nos instrumentos de controle, como pela magnitude dos malfeitos e das perdas financeiras requerendo apuração. (mais…)

Trabalhos Publicados de Dércio Garcia Munhoz

  • I. Livros Publicados
  • II. Publicações em Coletâneas de Artigos (Livros)
  • III. Publicações em Revistas Especializadas
  • IV.  Artigos em Outras Publicações
  • V. Publicações na Série Textos Para Discussão, Departamento de Economia/UNB
  • VI. Textos Didáticos – Departamento de Economia da UNB
  • VII. Textos Didáticos – Cursos Pós-Graduação Lato Sensu

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Inflação – Desnudando o Elitismo Monetarista

I – INTRODUÇÃO

               Talvez em poucos ramos do conhecimento humano sejam tão amplas as divergências entre os especialistas, como em relação aos desencontros observados no campo da economia.  Divergências entre seguidores de diferentes correntes teóricas, e divergências entre analistas que aparentemente seguem uma linha comum de raciocínio.  O que seria compreensível, uma vez que, em não se tratando de ciência exata, a economia trata de realidades influenciadas pelo comportamento humano, em razão do que tendem a se multiplicar as hipóteses quando se procura explicações para determinados fenômenos.

               A constatação da existência de tais divergências no diagnóstico dos fenômenos econômicos tem várias consequências, especialmente porque na área das ciências humanas as ações governamentais podem ter reflexos sociais perversos, se baseadas em hipóteses ou conclusões distorcidas, equivocadas ou imprecisas.   E o risco tende a ser maior quando se considera que em questões econômicas raramente as implicações decorrentes de decisões têm a marca da neutralidade, e os processos de intervenção governamental fluem naturalmente diante de pressões da sociedade;  com o que as “bases científicas” podem ser influenciadas, negadas ou apoiadas sob esquemas publicitários, por grupos beneficiados por determinado modelo de diagnostico e/ou instrumento legal de regulação. (mais…)